quarta-feira, 18 de novembro de 2015

MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL

               Para iniciar nossas discussões acerca do Modernismo no Brasil, vamos começar com uma breve apresentação sobre o Manifesto da Poesia Pau-Brasil. Você pode ter acesso ao texto completo de Oswald de Andrade no seguinte link: http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/.
          Mantendo o espírito de renovação cultural, que domina as ideias expressas na Semana de Arte Moderna de 1922, bem como o desejo de produzir uma arte literária que represente o Brasil e o povo brasileiro, Oswald de Andrade escreve e publica, em 1924, o “Manifesto da poesia pau-brasil”, destacando no texto a necessidade de que se produza uma arte genuinamente brasileira, que tenha como foco não apenas a cópia dos modelos europeus, mas, sim, uma arte que possa transmitir aquilo que caracteriza o Brasil.
   Sugere-se, desse modo, o início da absorção crítica da produção artístico-literária modernista europeia; busca-se a discussão sobre a consciência nacional por meio da construção de uma poesia que seja ao mesmo tempo ingênua e primitiva, erudita e popular.



             Há no texto a crítica ao arcaísmo e à poesia academicista, longe da realidade e dos problemas sociais, fruto de uma arte poética exportada. O manifesto aponta, assim, o caminho para uma nova criação, caracterizada pela “língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.” Defende-se que a arte literária brasileira já não precisava manter-se fiel aos modelos europeus, podendo dedicar-se a construir a imagem do Brasil como ele é, e ser a nossa produção também uma arte de exportação.


            No decorrer do texto, Oswald de Andrade também provoca o leitor a pensar em uma arte que seja reacionária, não apenas mecânica, visual e distante, como aparecia no Parnasianismo ou Naturalismo. Diversas vezes o autor enfatiza o termo Pau-Brasil, destacando que essa poderia ser a expressão definidora da nova poesia que se deseja construir, do mesmo modo, relaciona com a ideia da arte literária brasileira como produto de exportação. O cerne da produção literária nacional poderia ser a originalidade, fundamentada em especial pela busca e construção de uma poesia pura e nacional.

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